quinta-feira, 7 de março de 2013

Inflação de botequim.

Oi comilões,

Tô passando rapidinho por aqui, só para compartilhar essa notícia que tanto nos interessa! E fiquem de olho nos preços abusivos, vamos reclamar!!
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O engenheiro Carlos Fernando Bittencourt adora sair para beber com amigos, mas o programinha relaxante de fim de semana está se tornando cada vez mais raro. Não que Carlos tenha abandonado a rapaziada. Ou que o médico tenha proibido. Ou mesmo que tenha se convertido. Ele sabe muito bem de quem é a culpa: dos altos preços cobrados pelos bares e botecos próximos de sua casa, em Copacabana. Com a tulipa de chope custando sempre mais de R$ 5, está cada vez mais difícil pedir uma loura gelada.que o médico tenha proibido. Ou mesmo que tenha se convertido. Ele sabe muito bem de quem é a culpa: dos altos preços cobrados pelos bares e botecos próximos de sua casa, em Copacabana. Com a tulipa de chope custando sempre mais de R$ 5, está cada vez mais difícil pedir uma loura gelada.

Imagem Jornal O Globo
- Está tudo muito caro. A gente precisa se controlar, senão gasta demais - diz ele, enquanto saboreava um 
chope no Bar Devassa de Copacabana, onde o copo de 300ml sai por R$ 6,30.

As reclamações dos clientes não ficam restritas às bebidas. O preço dos petiscos também assusta. No 
Boteco da Garrafa, em Copacabana, a empada aberta de camarão sai por R$ 11 e a porção de batatas fritas com calabresa, R$ 29,50.

As queixas sobre a escalada dos preços encontram eco nos dados oficiais. Segundo o Índice de Preços ao
Consumidor (IPC), divulgado pelo IBGE, o valor do chope subiu 12,98% no Rio, nos últimos 12 meses. 

No mesmo período, a inflação ficou abaixo dos 7%. Outro número que ajuda a entender a questão é um da 
Fundação Getúlio Vargas (FGV): mais de 10% da renda do carioca, em média, ficam comprometidos com 
refeições fora de casa. Para o economista André Braz, especialista em inflação da FGV, uma série de fatores ajuda a explicar os altos preços. Segundo ele, o fato de ser uma cidade turística joga os valores para cima. 

Redes, como Devassa, Botequim Informal, Belmonte e Bar do Adão, concentram as atenções nos bairros mais ricos.

- As pessoas que frequentam esses bares têm rendas maiores. Logo, o preço é mais alto. Além disso, o verão encarece as bebidas. O comerciante olha o bar cheio e se pergunta: "por que eu deveria baixar os preços?" - explica Braz.

Nunca menos de R$ 50 por noite.

O economista diz ainda que o aumento dos salários tem impacto duplo nos preços. Além de fazer subir os
custos dos comerciantes com pessoal, cresce a demanda por serviços. A lógica do consumidor é a seguinte: 
"como estou ganhando mais, vou beber e comer fora".

O bancário Julio Barros está entre os que já se acostumaram com os preços salgados. Cliente do Boteco da 
Garrafa, em Copacabana, ele diz não ser possível sair para beber com menos de R$ 50.
- O Rio está cada vez mais caro em todos os quesitos - reclama ele, que frequenta quase que diariamente o 
Boteco da Garrafa, onde a cerveja de 600ml mais barata sai por R$ 10,20.

Sócio da rede Informal, o empresário Mariano Ferreira admite que os preços no Rio estão acima dos 
praticados na maioria das capitais brasileiras. Ele ressalta, porém, que os comerciantes são forçados a fazer 
isso devido ao aumento dos preços dos fornecedores:
- Não é interessante que o cliente saia com a impressão de que a casa cobra preços altos. Mas não podemos deixar de repassar os aumentos do chope, por exemplo. Ele representa 35% do faturamento de nossa rede. 

O dono da Rede Belmonte e do Boteco da Garrafa, Francisco Antônio Rodrigues Pinto, diz entender as 
reclamações da clientela, mas não considera os preços abusivos. Segundo ele, as margens de lucro são hoje 
30% menores do que três anos atrás:

- O fornecedor de chope aumentou o preço três vezes no ano passado. Tentamos segurar ao máximo para 
não repassar, mas nem sempre é possível.

Turistas também se queixam dos preços. O dinamarquês Christoffer Harbaek chegou ao disposto a ficar um
mês. Ele resolveu encurtar a estada e evita comer fora. Faz compras no supermercado e prepara as refeições no apartamento que alugou em Copacabana:

- Vim do país mais caro do mundo e não imaginava esse custo aqui.

Com o fim do verão, no entanto, o economista André Braz diz que os bares do Rio devem fazer promoções.

Por: Leonardo Gorges
Fonte: O Globo


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